Qual a relação de KL-6 e a progressão de FPI na vigência de terapia antifibrótica?

Março, 2024

 

Introdução

Este estudo retrospectivo investigou a associação entre os níveis séricos do biomarcador Krebs von den Lungen-6 (KL-6) e a progressão da doença em pacientes com fibrose pulmonar idiopática (FPI) que estavam recebendo terapia antifibrótica. A KL-6 é uma glicoproteína semelhante à mucina expressa em células epiteliais alveolares do tipo 2, e sua produção aumenta quando o pulmão é danificado2,3,4.

 
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Principais achados

 

  • A coorte da análise teve 188 pacientes com FPI, que iniciaram a terapia antifibrótica em três hospitais da Coréia do Sul. Os dados sobre os níveis séricos de KL-6 e a gravidade da doença foram recolhidos no início do estudo e por uma mediana de 7,6 meses após o início do tratamento.
  • 43 pacientes (22,9%) apresentaram progressão da doença (definida como um declínio relativo na CVF ≥10% ou DLco ≥15%, exacerbação aguda ou morte dentro de 6 meses após o início da terapia antifibrótica). Os pacientes que apresentaram progressão da doença eram mais velhos, tinham menor índice de massa corporal (IMC), menor CVF e menor Distância no Teste da caminhada de 6 minutos (DTC6), no início do estudo do que aqueles que não tinham progressão da doença. Não houve diferença nos níveis basais de KL-6 entre os dois grupos.
  • Pacientes com KL-6 basal ≥500 U/mL (n=144) eram mais jovens, tinham menor CVF, DLco e capacidade pulmonar total e menor capacidade de exercício (menor distância percorrida e menor saturação de oxigênio durante o TC6) do que os pacientes com KL-6 basal <500 U/mL.
  • Os níveis de KL-6 aumentaram ao longo de 1 mês no grupo com progressão da doença e diminuíram no grupo sem progressão da doença (média de 99,0 vs −23,2 U/mL).
  • Em uma análise multivariável ajustada para idade e CVF, as alterações no KL-6 ao longo de 1 mês não foram associadas à progressão da doença. No entanto, em pacientes com KL-6 ≥500 U/mL no início do estudo, alterações relativas mais altas no KL-6 ao longo de 1 mês, IMC mais baixo no início do estudo e DTC6 mais curta no início do estudo foram associadas à progressão da doença.
  • Em pacientes com KL-6 ≥500 U/mL no início do estudo, as alterações na KL-6 ao longo de 1 mês foram inversamente correlacionadas com a mudança relativa na CVF ao longo de 6 meses (mudança absoluta na KL-6 r=−0,388; alteração relativa na KL-6 r=−0,246).
 

Conclusão

Esses dados sugerem que alterações de curto prazo nos níveis de KL-6 podem ser um preditor útil da progressão da doença durante o tratamento com terapia antifibrótica em pacientes com FPI e níveis basais elevados de KL-6.

Referências

  • 1.
    Choi MG, Choi SM, Lee JH, et al. Blood Krebs von den Lungen-6 levels predict treatment response to antifibrotic therapy in patients with idiopathic pulmonary fibrosis. Respir Res 2022;23:334.
  • 2.
    Kohno N, Kyoizumi S, Awaya Y, et al. New serum indicator of interstitial pneumonitis activity. Sialylated carbohydrate antigen KL-6. Chest. 1989;96:68–73.
  • 3.
    Ishikawa N, Hattori N, Yokoyama A, et al. Utility of KL-6/MUC1 in the clinical management of interstitial lung diseases. Respir Investig. 2012;50:3–13.
  • 4.
    Sato H, Callister ME, Mumby S, et al. KL-6 levels are elevated in plasma from patients with acute respiratory distress syndrome. Eur Respir J. 2004;23:142–5.

SC-BR-07374