Podemos utilizar estruturas conceituais para classificar pacientes com DPI-ES?
Março, 2024
Introdução
Este artigo descreve o teste de uma estrutura conceitual para classificar pacientes com DPI-ES de acordo com a gravidade (clínica ou subclínica), risco de progressão e progressão da DPI-ES. Uma estrutura conceitual é um esquema cognitivo que pode ser usado para caracterizar os subconjuntos da DPI-ES com relação ao nível de gravidade, risco de progressão e progressão, e destacar as variáveis importantes utilizadas para delinear esses subconjuntos1.
Principais achados
- Foi desenvolvida por 39 especialistas (19 pneumologistas, 13 reumatologistas, 7 radiologistas torácicos) com base em uma revisão da literatura, uma estrutura conceitual para classificar a gravidade da DPI-ES (clínica ou subclínica), o risco de progressão da DPI-ES (alta ou baixa) e a progressão da DPI-ES (melhorada, estável ou progressiva)
- Um grupo separado de 44 especialistas (26 reumatologistas, 16 pneumologistas, 2 radiologistas torácicos) completou uma pesquisa on-line na qual eles usaram a estrutura para classificar os pacientes com base em perfis de pacientes que participaram do Scleroderma Lung Study II, ou foram vistos no Programa de Esclerodermia da Universidade de Michigan. Os especialistas também foram convidados a identificar e classificar os fatores que influenciaram sua decisão. Considerou-se que se chegava a um consenso se ≥75% dos especialistas classificassem um perfil da mesma forma.
- Chegou-se a um consenso sobre a classificação da gravidade da DPI-ES (clínica ou subclínica) para 75% dos perfis dos pacientes. Os itens mais influentes na realização dessa classificação foram a capacidade vital forçada (CVF), o envolvimento pulmonar quantitativo na tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), o índice de dispneia (Baseline Dyspnoea Index/Transition Dyspneea Index), a capacidade de difusão dos pulmões para monóxido de carbono (DLco).
- Chegou-se a um consenso sobre a classificação do risco de progressão da DPI-ES (alta ou baixa) para 71% dos perfis dos pacientes. Os itens mais influentes na classificação foram duração da ES, CVF, acometimento pulmonar total na TCAR, autoanticorpos específicos da ES.
- Chegou-se a um consenso sobre a classificação da progressão da DPI-ES (melhorada, estável ou progressiva) para 60% dos perfis dos pacientes. Os itens mais influentes na classificação foram CVF, acometimento pulmonar total na TCAR, fibrose pulmonar total na TCAR, índice de dispneia, DLco.
- A concordância sobre as classificações entre pneumologistas e reumatologistas não diferiu da concordância entre pneumologistas ou entre reumatologistas.
Conclusão
Usando uma estrutura conceitual, os especialistas foram capazes de chegar a um consenso sobre a classificação da gravidade da DPI-ES, o risco de progressão da DPI-ES e a progressão da DPI-ES na maioria dos pacientes.
Referências
-
1.
Roofeh, D, et al. Systemic sclerosis associated interstitial lung disease: a conceptual framework for subclinical, clinical, and progressive disease. Rheumatology (Oxford) 2022.