As novas drogas antidiabéticas reduzem o risco de MACE?
Outubro, 2023
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Introdução
As novas terapias antidiabéticas têm se mostrado efetivas na redução de glicose, com menor risco de hipoglicemia, e com efeitos aditivos na prevenção de desfechos cardiovasculares maiores (MACE). Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto das concentrações de HbA1C alcançadas por meio das novas drogas antidiabéticas (incluindo iSGLT2, AR-GLP1, pioglitazona e iDPP-4) na incidência de MACE.
Principais achados
- Nesta revisão sistemática e meta-análise foram avaliados 122 estudos clínicos randomizados (RCT), com 139 braços de tratamento, 256,990 indivíduos, e 689,346 indivíduos-ano foram randomizados em grupo de tratamento ativo e grupo controle.
- A idade média dos indivíduos foi 57.3±9.6 anos (45% mulheres). Os indivíduos tinham o diagnóstico de diabetes por 7.5±5.7 anos, 80% em uso de metformina basal, 22% usavam insulina, 50.4% participavam de estudos com indivíduos com IM anterior ou AVC na linha de base e 13% dos participantes tinham IC basal. O índice de massa corporal (IMC) nos estudos foi de 31.2±5.4 kg/m2, pressão sistólica (PAS) de 131.1± 6 mmHg, pressão diastólica (PAD) de 78.1± 5 mmHg, e HbA1c 8.1±0.9%.
- A mudança absoluta e o alvo ≤7.0% de HbA1c foram associados a um risco reduzido de MACE em terapias baseadas em iSGLT2, iDPP-4, pioglitazona, ou AR-GLP1, com nenhuma evidência de aumento na mortalidade por todas as causas.
- As terapias com iSGLT2, AR-GLP1, ou pioglitazona reduziram similarmente o risco de MACE quando comparadas com placebo (HR 0.88 [95%CI 0.83, 0.94, p<0.001], 0.89 [95% CI 0.85, 0.94, p<0.0001], e 0.86 [95% CI 0.76, 0.98, p=0.025], respectivamente).
- O alcance ≤7.0% de HbA1c nos RCTs com iSGLT2, iDPP-4, TZD, ou AR-GLP1 no braço ativo foi associado com uma HR ajustada de 0.91 (95% CI 0.80, 0.97; p=0.039) comparada com HbA1c >7.0%.
- Esta meta-análise indica a existência de um efeito direto das concentrações de glicose sanguínea na incidência de MACE, no entanto, os dados não permitem determinar o tamanho exato deste efeito.
Conclusões
Reduções mais intensas e o alcance de concentrações mais baixas de HbA1c com as novas drogas antidiabéticas estão associadas a um risco reduzido de MACE. Um alvo de 6.5% e 7% de HbA1C com o uso de iSGLT2, AR-GLP1, pioglitazona, ou iDPP-4 pode estar associado com redução no risco cardiovascular em face das evidências disponíveis em estudos randomizados controlados.
Referências
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1.
Carvalho LSF de, et al. Glucose-lowering and the risk of cardiovascular events with antidiabetic therapies: a systematic review and additive-effects network meta-analysis. Front Cardiovasc Med. 2022;9:876795.
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