Fragilidade, multimorbidade e polifarmácia: análise exploratória dos efeitos da empagliflozina no estudo EMPA-KIDNEY

Outubro, 2024

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Os resultados do estudo EMPA-KIDNEY foram satisfatórios quanto à redução do desfecho primário de progressão de doença renal ou morte cardiovascular em 28% (HR 0.72 IC 95% 0.64-0.82; p<0,001) e hospitalização por todas as causas em 14% (HR 0.86, IC 95% 0.78-0.95; p=0,003) com efeitos amplamente consistentes em subgrupos de risco previsto de hospitalização, multimorbidade, polifarmácia ou qualidade de vida relacionada à saúde. 

Em termos absolutos, os benefícios estimados da empagliflozina foram maiores naqueles com maior risco previsto de hospitalização (refletindo fragilidade), chegando a uma estimativa de até 74 hospitalizações evitadas por 1000 participantes por ano e superaram potenciais danos na população estudada. 

A fragilidade foi medida pelo risco previsto de hospitalização, através de um modelo de regressão logística multivariável desenvolvido exclusivamente para os pacientes do estudo EMPA-KIDNEY e considerou diversas características. Os principais preditores de hospitalização incluíram níveis elevados de NT-proBNP (um marcador de insuficiência cardíaca), mobilidade reduzida e presença de diabetes. 

Os efeitos do empagliflozina foram consistentes em diferentes subgrupos de pacientes, incluindo aqueles com múltiplas comorbidades e aqueles em uso de muitos medicamentos. 

Não houve evidência de que os benefícios relativos do empagliflozina fossem modificados pelo nível de fraqueza, multimorbidade ou polifarmácia.

Implicações clínicas em contexto

Apesar de os níveis de fragilidade nos participantes poderem não ser representativos da população geral com DRC, devido à natureza dos ensaios clínicos que tendem a recrutar pacientes mais saudáveis, e considerando também que apesar da avaliação da fragilidade ter sido baseada no risco previsto de hospitalização, o que pode não ser generalizável para outras populações, o estudo conclui que a empagliflozina é uma opção de tratamento segura e eficaz para pacientes com DRC, independentemente de fragilidade, multimorbidade ou polifarmácia. Os pacientes mais frágeis podem obter maiores benefícios absolutos, e as diretrizes clínicas devem refletir esses achados para promover uma prescrição baseada em evidências.

Referências

  • 1.
    Mayne KJ, Sardell RJ, Staplin N, et al. Frailty, multimorbidity, and polypharmacy: exploratory analyses of the effects of empagliflozin from the empa-kidney trial. CJASN. Published online June 27, 2024.

Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.

SC-BR-10525