Empagliflozina pode reduzir hospitalização e morte em pacientes com diabetes e doença cardiovascular?

Outubro, 2024

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Pacientes com diabetes tipo 2 têm risco de complicações micro e macrovasculares e frequentemente possuem múltiplas comorbidades, o que pode levar a hospitalizações e aumentar a mortalidade. Uma sub-análise recente do estudo EMPA-REG OUTCOME publicada na revista Diabetes Research and Clinical Practice investigou os efeitos da empagliflozina no total de eventos que levam ou prolongam a hospitalização e no composto de hospitalização/mortalidade por qualquer causa.

O que há de novo?

O estudo EMPA-REG OUTCOME é o pioneiro a mostrar que um inibidor de SGLT2 pode não só reduzir eventos que resultam em hospitalização, como também diminuir a mortalidade em pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) e doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA). A sub-análise mostrou que a empagliflozina reduziu em 22% [RR de 0,78 (0,70–0,87; p < 0.0001)] o risco de hospitalização e diminuiu em 24% [RR de 0,76 (0,69–0,85; p < 0.0001)] o risco combinado de hospitalização ou morte por qualquer causa, em comparação com o placebo. A prevenção no composto de hospitalização/mortalidade alcançou 67,7 eventos por 1000 pacientes-ano, com um número necessário para tratar (NNT) de apenas 4,9 para evitar um evento em três anos. Além disso, os dados publicados no EMPA-REG OUTCOME mostraram que a empagliflozina reduziu o risco de morte por qualquer causa em 32% [RR de 0,68 (IC 95%; 0,57 – 0,83; p < 0.001)].

Implicações clínicas em contexto

Os efeitos positivos da empagliflozina foram observados dentro dos primeiros três meses de tratamento e persistiram durante todo o período de acompanhamento. Esse efeito foi constante independentemente das diferentes causas de hospitalização, como problemas cardíacos, infecções, distúrbios neurológicos, entre outros. 

Os autores do estudo ressaltam que a empagliflozina pode ter um amplo impacto na saúde pública e na economia, ao diminuir a carga de hospitalizações e mortes em pacientes com diabetes e doença cardiovascular. Eles também destacam a necessidade de investigar os mecanismos pelos quais a empagliflozina exerce seus efeitos.

Referências

  • 1.
    Inzucchi SE, Wanner C, Fitchett D, et al. Impact of empagliflozin on first and recurrent events leading to or prolonging hospitalisation in the EMPA-REG OUTCOME trial. Diabetes Research and Clinical Practice. 2024;212:111715.

Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.

SC-BR-10525