Empagliflozina ou Insulina? Qual das duas terapias, em associação com outros antidiabéticos orais, promove melhor controle glicêmico no DM2?1
Outubro, 2023
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Introdução
O controle efetivo da glicemia é um problema constante em pacientes com diabetes do tipo 2 (DM2). No presente estudo, foi determinada a eficácia a longo prazo da adição da empagliflozina versus a adição de insulina basal de ação prolongada em relação à melhora do controle glicêmico em pacientes com DM2, que já estavam em terapia antidiabética oral tripla1.
Desenho do Estudo
Esse estudo é uma extensão de 3 anos de um estudo observacional retrospectivo prévio2, que incluiu pacientes adultos com DM2 e com controle glicêmico inadequado (HbA1c 7,5–12,0%). Os pacientes deveriam estar em uso prévio, por pelo menos 3 meses, de metformina (2000 mg/dia ou a dose máxima tolerada), de inibidor da dipeptidil-peptidase 4 (iDPP4; dose máxima de acordo com a bula local; sitagliptina para 74 pacientes e vildagliptina para 80 pacientes) e de glimepirida (≥ 6 mg/dia).
No momento da inclusão, todos os pacientes foram encorajados a iniciar insulina de ação prolongada (degludeca ou glargina) como quarto medicamento para melhora do controle glicêmico. No grupo insulina basal de ação prolongada (n= 147), a dose inicial foi determinada pelo nível de glicemia, e foi prescrita entre 10 e 20 unidades/dia pelo médico assistente. A cada retorno, foi recomendado que os pacientes ajustassem suas doses de insulina para atingir níveis de glicose plasmática em jejum (GJ) < 150 mg/dL ou HbA1c < 7,5%. Nos pacientes que se recusaram a usar insulina, a Empagliflozina (25 mg/dia; n= 154) foi adicionada ao regime medicamentoso. Nesse momento, os pacientes foram acompanhados por um período de 3 anos ou mais. O desfecho primário de eficácia foi a alteração nos níveis de HbA1c em 3 anos em comparação aos valores basais. Os desfechos secundários foram: alterações nos níveis de GJ e mudanças no peso corporal.
Resultados
Tanto a adição de empagliflozina quanto a adição de insulina ao tratamento prévio com agente antidiabético oral reduziram significativamente os níveis basais de HbA1c ao final de 36 meses de tratamento; Empagliflozina (8,9 ± 1,0% a 7,4 ± 0,8%, P < 0,01) e insulina (9,0 ± 1,4% a 8,0 ± ,1,4%, P < 0,05). No entanto, a redução da HbA1c foi maior no grupo empagliflozina (7,4 ± 0,8% vs. 8,0 ± 1,4%, empagliflozina vs. insulina, P < 0,05). A glicemia de jejum mostrou uma tendência semelhante no período inicial, mas não foi mantida no final do estudo. Ao final do período do estudo, o peso corporal diminuiu significativamente apenas no grupo que fez uso de empagliflozina (de 70,4 ± 12,3 kg para 65,6 ± 11,4 kg; P < 0,01).
Conclusões
A adição de Empagliflozina ao regime medicamentoso triplo demonstrou ter um desempenho superior ao da insulina no controle da glicemia em pacientes com DM2 previamente mal controlados.
Referências
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1.
Ku, E.J., Oh, T.K. Long-Term Effectiveness of Quadruple Combination Therapy with Empagliflozin Versus Basal Long-Acting Insulin Therapy in Patients with Type 2 Diabetes: 3-Year Retrospective Observational Study. Diabetes Ther 14, 1471–1479 (2023).
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2.
Ku EJ, Lee DH, Jeon HJ, Oh TK. Effectiveness and safety of empagliflozin-based quadruple therapy compared with insulin glargine-based therapy in patients with inadequately controlled type 2 diabetes: an observational study in clinical practice. Diabetes Obes Metab. 2019;21(1):173–7. https://doi.org/10.1111/dom.13476.
Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.