A empagliflozina é capaz de reduzir a necessidade de insulina em pacientes com ICFEp e DM2/pré-DM2?
Outubro, 2023
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Introdução
Em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) há uma alta incidência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), muitas vezes necessitando de terapia com insulina. Nesse trabalho, foi avaliado o impacto da empagliflozina sobre a necessidade de insulina e sobre os desfechos clínicos de acordo com o uso de insulina no estudo EMPEROR-Preserved.
Desenho do Estudo
No EMPEROR-Preserved, foram randomizados 5.988 pacientes para receber empagliflozina 10 mg ou placebo; 49% tinham DM2 e 33% tinham pré-diabetes tipo 2 (pré-DM2) no início do estudo. O efeito da empagliflozina vs. placebo no tempo até a primeira iniciação sustentada de insulina (≥ 2 visitas consecutivas no estudo) foi analisada nos pacientes com DM2/pré-DM2. Além disso, foi analisado o efeito no desfecho primário (primeira hospitalização por insuficiência cardíaca [HIC] ou morte cardiovascular [CV]), primeira HIC, todas as HICs e morte CV em pacientes com DM2 de acordo com os subgrupos de uso de insulina no início do estudo.
Resultados
No início do estudo, 861 pacientes (434 na empagliflozina e 427 no placebo) estavam em uso de insulina. Durante um período mediano de 26 meses, entre os pacientes com DM2/pré-DM2 que não usavam insulina no início do estudo, a empagliflozina reduziu em 31% o risco de iniciação sustentada de insulina (HR 0,69 [95% CI 0,49, 0,98], P = 0,038).
Entre os pacientes com DM2, aqueles em uso de insulina no início do estudo apresentaram maiores taxas de incidência do desfecho primário, de todas as HICs e da primeira HIC (P comparação vs. grupo placebo: 0,0001, <0,0001, 0,0002, respectivamente), que foram reduzidas pela empagliflozina, mas ainda permaneceram mais altas do que no grupo placebo daqueles que não usavam insulina. Provavelmente os pacientes com DM2 em uso de insulina, refletem um grupo de pacientes mais graves.
Conclusões
No EMPEROR-Preserved, a empagliflozina reduziu em 31% a taxa de iniciação de insulina em pacientes com ICFEp e DM2/pré-DM2. Os pacientes em uso de insulina no início do estudo apresentaram risco significativamente maior de desfechos cardiovasculares adversos; ainda assim, os efeitos da empagliflozina nos desfechos cardiovasculares foram consistentes em pacientes com DM2, independentemente do tratamento com insulina.
Referências
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1.
Logeay F. Impact of empagliflozin on insulin use in patients with heart failure with preserved ejection fraction (Hfpef) and type 2 diabetes: Sub-analysis from EMPEROR-Preserved trial. Annales d’Endocrinologie. 2022;83(5):306.
Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.