O que podemos aprender com as evidências de mundo real após quase 10 anos de experiência com a empagliflozina no tratamento do diabetes tipo 2?

Agosto, 2024

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Em um estudo de vida real em pacientes com diabetes tipo 2, a empagliflozina, em comparação com os inibidores de DPP-4, foi associada a uma redução no risco dos desfechos primários de infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral (HR 0,88 [IC 95% 0,81 - 0,96]), risco de hospitalização por insuficiência cardíaca (IC) (HR 0,50 [0,44 – 0,56]), eventos cardiovasculares adversos importantes (MACE) (HR 0,73 [0,62 – 0,86]) e mortalidade cardiovascular ou hospitalização por IC (HR 0,57 [0,47 – 0,69]). Como desfecho secundário, foi visto que a progressão para doença renal em estágio terminal (HR 0,45 [0,35 – 0,58]) diminui com uso de empagliflozina.

Quanto aos desfechos de segurança, observou-se um aumento no risco relativo de cetoacidose diabética (HR 1,78 [1,44 – 2,19]), como também reduções nos riscos relativos de lesão renal aguda (HR 0,62 [0,54 – 0,72]), hipoglicemia severa (HR 0,75 [0,67 – 0,84]) e progressão da retinopatia (HR 0,78 [0,63 – 0,96]). Em relação a outros eventos, como amputação de extremidades inferiores, fraturas não vertebrais e neoplasias renais, os riscos foram semelhantes em relação aos grupos estudados, quando comparados em curto prazo.

Implicações clínicas em contexto

O estudo EMPRISE foi realizado em um contexto de vida real, incluindo uma população mais ampla e diversificada do que ensaios clínicos randomizados. Esse foi um estudo de eficácia e segurança com mais de 200 mil indivíduos com diabetes tipo 2, comparando a empagliflozina em relação aos inibidores de DPP-4 por um período de 5 anos (2014 a 2019). Os dados finais do estudo, publicados no início de 2024, reforçam as evidências de eficácia cardiovascular e segurança da empagliflozina, complementando os dados dos ensaios clínicos randomizados (RCTs) já publicados. Os achados foram consistentes com estudos anteriores e com publicações parciais do estudo EMPRISE, mostrando maior precisão para ambos os desfechos cardiovasculares. É importante ressaltar que houve redução inédita na ocorrência de infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral no grupo empagliflozina, dado que não foi visto em RCTs ou em dados parciais do próprio EMPRISE. Com relação a dados de segurança, este estudo, com um grande número de indivíduos usando empagliflozina, foi capaz de estimar o risco relativo da maioria dos eventos de segurança, corroborando com achados prévios e com eventos já relatados com o uso da medicação. Não foi encontrado evidências de aumento no risco de fraturas ou amputações de extremidades inferiores, consistente com a base de evidências atuais.

Referências

  • 1.
    Htoo PT, Tesfaye H, Schneeweiss S, et al. Effectiveness and safety of empagliflozin: final results from the EMPRISE study. Diabetologia. 2024;67(7):1328-1342.

Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos.

SC-BR-09205